sábado, 24 de abril de 2010

1ª Série - Hebreus, Fenícios e Persas

Os HEBREUS (em hebraico עברים,). “Descendentes do patriarca bíblico Éber") é o nome dado ao povo que viveu na região do Oriente Médio a partir do segundo milênio a.C., e que daria origem aos povos semitas como os árabes e os israelitas, antepassados históricos e espirituais dos atuais judeus.
Éber (do hebraico עבר) é um dos descendentes de Noé da linhagem de Sem.


Segundo a Bíblia, Éber teria vivido 464 anos , sendo o patriarca nascido após o Dilúvio que mais tempo viveu, tendo, provavelmente, alcançado até a oitava geração de sua descendência. E, embora Sem tenha vivido 502 anos após o dilúvio, tanto ele como o seu pai Noé teriam nascido antes da grande inundação.

Idades dos patriarcas ao morrer
Naor - 148
Abraão - 175
Isaque - 180
Terá - 205
Serugue - 230
Reú - 239
Pelegue - 239
Selá - 433
Arpachade - 438
Éber - 464

Sem - 600

Noé - 950


Origem
Após a saída de Ur, na Mesopotâmia, em direção à Palestina (atual região entre Líbano e o Egito), os hebreus dividiram-se em tribos, formadas por clãs patriarcais que cultuavam a um único Deus (monoteismo). Eles acreditavam ser o povo eleito de Deus, que escolheria alguns membros do grupo para que colocassem em prática os planos divinos.


Os clãs eram construídos por um patriarca e pelos filhos e servos; praticavam uma economia baseada no pastoreio, que evoluiu para a agricultura graças à fertilidade das terras do norte e das zonas montanhosas do sul da Palestina. Os hebreus permaneceram por três séculos na Palestina até a ocorrência de uma violenta seca que abalou a região.


Algumas tribos migraram para o Egito e lá ficaram por quatrocentos anos, período que coincidiu com a dominação dos hicsos, que cooperaram com os hebreus. Quando os hicsos foram expulsos os hebreus passaram a sofrer perseguições e foram obrigados a pagar altos impostos e até mesmo foram transformados em escravos.

Essa opressão só terminou com o aparecimento de Moisés que liderou o povo hebreu na marcha em direção a Canaã (a chamada "Terra Prometida"). Esse episódio ficou conhecido como Êxodo.
Moisés, de acordo com a Bíblia, recebeu de Deus, no monte Sinai, os Dez Mandamentos, que continham princípios éticos, morais e religiosos que deveriam orientar a conduta do povo hebreu e, principalmente, reforçar a crença em um só Deus.



OS 10 MANDAMENTOS


Moisés com as Tábuas da Lei ( Rembrandt)



Mandamento
Eu Sou o SENHOR, o teu Deus
Não terás outros deuses além de mim
Não farás para ti nenhum ídolo
Não tomarás em vão o nome do SENHOR, o teu Deus
Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo
Honra teu pai e tua mãe
Não matarás
Não adulterarás
Não furtarás
Não darás falso testemunho contra o teu próximo
Não cobiçarás (a mulher do teu próximo)
Não cobiçarás (a casa do teu próximo)



Informações:
•Algumas igrejas luteranas usam uma divisão levemente diferente entre o Nono e o Décimo Mandamentos (9. Não cobiçarás a casa do teu próximo; 10. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.)
• Desde o início do cristianismo há divergências de opinião sobre a questão de o sábado ou o domingo deve ser observado como dia de descanso. Posteriormente o dia de guarda foi votado e adotado como o domingo no Primeiro Concílio de Nicéia, apesar de ainda existir divergências por falta de referencia bíblica que comprove a mudança do dia de guarda (sábado) para o domingo.


Moisés e os hebreus permaneceram por quarenta anos no deserto do Sinai. Durante a caminhada à Terra Prometida, houve o retorno a idolatria e ao politeísmo, obrigando Moisés a reforçar cada vez mais a autoridade, mas ele morreu antes da chegada à Palestina.
O sucessor de Moisés, Josué, concluiu a longa jornada a Palestina. Porém a terra já estava ocupada por outros povos como cananeus e filisteus e foi necessário lutar para conquistar Canaã.


Mais tarde, para unir mais o povo e centralizar os poderes religiosos, políticos e militares, foi fundada a monarquia.
Saul, o primeiro rei hebreu, suicidou-se após uma humilhante derrota, sucedeu-lhe então Davi, que havia matado o gigante Golias com uma pedra. Em 966 a.C., Davi morreu e no lugar foi coroado Salomão.

Sob o reinado de Salomão, o alto custo do padrão de vida da corte real obrigava o povo a pagar altos impostos. Com sua morte veio a divisão da monarquia em dois reinos (Cisma):
Israel, ao norte formado por dez tribos e cuja capital era Samária e o de Judá, ao sul, constituído por duas tribos e com Jerusalém como capital.
Depois o reino de Israel foi conquistado pelos assírios e duzentos anos depois pelos babilônios, que fizeram dos hebreus escravos.






FENÍCIOS


RELEVO DE BARCO FENICIO


Os fenícios eram povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo.


Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria
Por de habitarem em uma região montanhosa, com poucas terras férteis, os fenícios dedicaram-se à pesca e ao comércio marítimo.



















Mapa do Líbano (atual)

Mapa da Fenícia



AS CIDADES FENÍCIAS
A Fenícia era, na verdade, um conjunto de Cidades-Estado, independentes entre si. Algumas adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de Anciãos. As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos, o controle das principais rotas do comércio marítimo.


A ECONOMIA FENICIA
A economia dos fenícios desde cedo evoluiu da pesca e da agricultura para uma economia mercantil, pois as escassas terras férteis da Fenícia não permitiam uma produção agrícola capaz de atender às necessidades da população. O comércio marítimo foi sua principal atividade econômica e seu progresso transformou os fenícios nos maiores navegadores da Antigüidade. Suas rotas comerciais marítimas se estenderam por todo o mar mediterrâneo.


O ALFABETO, UMA CRIAÇÃO FENÍCIA
O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto, muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto atualmente utilizado no Brasil.

O ALFABETO FENÍCIO foi usado desde o terceiro milênio a.C.. Foi baseado no alfabeto semita.
Acredita-se que o alfabeto grego é baseado no alfabeto fenício, além dos alfabetos aramaico, hebraico e arábico.
Assim como o alfabeto árabe e o hebraico, o alfabeto fenício não tem símbolos para representar sons de vogais; cada símbolo representa uma consoante. As vogais precisavam ser deduzidas no contexto da palavra.




Alfabeto Fenício
Nascimento: Entre os séculos XIII e XI a.C.
Lugar onde surgiu: Oriente Médio
Número de símbolos: 22Sentido de leitura: Da direita pra a esquerda
Funcionamento: Consonantal. É o ancestral de quase todos os alfabetos e está na origem da línguas semíticas e da maior parte das línguas indo-europeias.


CIVILIZAÇÃO PERSA


A Pérsia situava-se a leste da Mesopotâmia, no extenso planalto do Irã. Ao contrário das regiões vizinhas, possuía poucas áreas férteis. A partir do ano 2000 a.C., a região foi sendo ocupada por pastores e agricultores, vindos da Rússia, os quais se destacavam os medos, que se estabeleceram no norte, e os persas, no sul do planalto iraniano.






Os medos, desde o século VIII a.C., tinham estabelecido um exército forte e organizado, submetendo os persas a pagarem altos tributos.
Isso durou até quando o príncipe persa Ciro, o Grande, liderou com sucesso uma rebelião contra os medos. Depois isso, Ciro foi aceito como o único imperador de todos os povos da planície iraniana.

Para obter riquezas e desenvolvimento, Ciro deu início ao expansionismo persa. Em poucos anos, o exército persa apoderou-se de uma imensa área.
Seus sucessores Cambises e Dário I deram continuidade a essa política, ampliando as fronteiras do território persa, que abrangeu desde o Egito ao norte da Grécia até o vale do rio Indo.

O declínio do Império Persa
A grande ambição de Dario I era a conquista da Grécia. Porém em 490 a.C foi derrotado pelas cidades gregas, que se uniram sob a liderança de Atenas. Também seu filho Xerxes, tentou sem sucesso submeter os gregos. Essas campanhas foram chamadas de Guerras Greco-pérsicas.

A partir daí, os imperadores persas tiveram enormes dificuldades para manter o controle sobre os seus domínios, com a multiplicação das revoltas, dos golpes e das intrigas políticas no império. Esses fatores contribuíram para o declínio do império, resultando na sua conquista em 330 a.C., pelo exército de Alexandre, o Grande, da Macedônia.

Economia Persa
Inicialmente, a principal atividade econômica era a agricultura. Os camponeses pagavam tributos em espécie.
Durante o governo de Dario, foi criada uma moeda-padrão, o DÁRICO e com boas estradas, serviu de estímulo para o comércio e também incentivou o artesanato.
Quanto ao artesanato, destaca-se os tecelões persas, que são até hoje, pela confecção de tapetes requintados e de boa qualidade

Tapete Pazyryk, o tapete mais antigo do mundo, século V a.C..

Religião Persa
A principal religião,, foi o zoroastrismo, uma religião dualista ( crenças em dois deuses). Ormuz representava o bem e Arimã, o mal. Segundo o zoroastrismo, no dia do juízo final, Ormuz sairá vencedor e lançará Arimã no abismo. Nesse dia, os mortos ressuscitarão e todos os homens serão julgados, os justos ganharão o céu e os injustos, o inferno.

O zoroastrismo, é uma religião monoteísta fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra.
Algumas das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
















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