terça-feira, 24 de agosto de 2010

HISTÓRIA DA PRESENÇA ISLÂMICA NO BRASIL

Um breve relato - Sheikh Muhammad Ragip al-Jerrahi*

Palestra para o Congresso "El Islam em las dos Orillas" – Sevilha 2003


Embora a história oficial registre que a chegada dos portugueses ao Brasil foi em 22 de abril de 1500, com a expedição de Pedro Álvares Cabral, trabalho de revisão histórica têm apontado vários indícios de presença anteriores. Como exemplo, verifica-se que as negociações para estabelecimento do Tratado de Tordesilhas, que dividiu as novas terras entre Portugal e Espanha, em 1494, não poderiam avançar se não houvessem informações sobre a distribuição das terras do novo continente no hemisfério sul. Também há indícios da chegada ao Brasil, já em 1498, de uma caravela comandada pelo navegador Duarte Pacheco Pereira.

Pedro Álvares Cabral foi acompanhado em sua expedição de 1.500 pelos muçulmanos Chuhabidin Bin Májid e o navegador Mussa Bin Sáte. Com o início da colonização, muçulmanos portugueses e espanhóis, embora em número reduzido, também vieram ao Brasil, mantendo suas práticas e tradições. Sua presença é denunciada já no final do século XVI, com a chegada da Inquisição. Processos e relatos do Santo Ofício referem-se à presença destes muçulmanos, descrevendo suas práticas e costumes. Como referência tem-se: Primeiras Visitações do Santo Officio às Partes do Brasil - Denunciações de Pernambuco, 1593 - 1595, do Visitador Heitor Furtado de Mendonça, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Cartório da Inquisição, Códice nº 130, com edição especial do editor Paulo Prado, série Eduardo Prado, São Paulo, 1929.

A Inquisição atuou forçando a conversão dos muçulmanos ao cristianismo bem como a mudança de nomes. Os tribunais inquisitores puniam com a pena de morte os praticantes de cultos considerados heréticos e os que se recusavam a aceitar a nova ordem. Como resultado poucos registros restaram da presença destes muçulmanos na fase inicial da colonização.

O maior contingente de muçulmanos que chegaram ao Brasil foram os escravos negros, a partir do início do tráfico de escravos em meados do século XVI.

A expansão do Islam, à partir do século VII, alcançou a África, de tal sorte que, antes do ano 1.500, o Islam já havia se expandido por pelo menos dois terços do continente africano. Este processo levou a uma intensa utilização do árabe como idioma comercial e cultural. Importantes civilizações muçulmanas se desenvolveram, abrangendo as mais diversas etnias do continente.

Através do tráfico de escravos estima-se que de 3 a 4 milhões de negros foram trazidos da África ao Brasil. O processo de escravização atingiu indivíduos educados, alfabetizados, muitos com experiência administrativa, comercial ou militar, outros de origens aristocráticas. Desta forma, os muçulmanos entre eles, trouxeram consigo as tradições, o conhecimento, o modo de vida e os anseios de liberdade inerentes à religião.

Chegando ao Brasil, como escravos, afastados dos centros e escolas islâmicas, a falta de liberdade e as imposições dos senhores de escravos foram fatores que levaram a prática religiosa a uma situação crítica. Em um esforço para manutenção das tradições, procuraram, ainda que de forma secreta, organizar processos de educação. Mesmo enfrentando as dificuldades de comunicação e os controles dos proprietários de escravos promoviam a alfabetização e a recuperação do texto do Sagrado Alcorão e de hadiths (tradições do Profeta - saws), a partir do registro do que estava memorizado.

A resistência à escravidão já se manifestou desde o início do tráfico, em meados do século XVI. Os escravos escapavam de seus senhores e formavam comunidades de fugitivos que se protegiam mutuamente. O governo português denominava como quilombo qualquer agrupamento com mais de seis escravos fugitivos. O primeiro quilombo de que se tem registro surgiu na Bahia em 1.575.

Os anseios de liberdade e a capacidade intelectual e administrativa dos escravos muçulmanos foram elementos muito importantes no fomento e organização destas comunidades. A partir do ano de 1.600 inicia-se a formação de um enorme quilombo, o Quilombo dos Palmares, que, formado por escravos fugitivos das fazendas e dos engenhos, chegou a reunir mais de 20 mil habitantes. Há documentos que registram o papel e importância dos muçulmanos na estruturação dos quilombos, como por exemplo a de um certo Karim Ibn Ali Saifudin, considerado o construtor das fortificações do Quilombo dos Palmares.

No Quilombo, organizou-se um governo, com rigorosas leis punindo com a pena de morte furtos, roubos, adultério, assassinatos e deserção no âmbito da comunidade. Com a consolidação desenvolveram a agricultura e mantiveram relações comerciais com povoados vizinhos. Composto por negros de diversas origens étnicas e culturais, não houve imposições ou predominância de qualquer das culturas, uma vez que o ideal de liberdade e as necessidades de manter a segurança da comunidade sobrepujaram as diferenças. Desta forma, tudo que era motivo para divisão era descartado. Houve misturas de idiomas e sincretismo religioso, inclusive assimilando do cristianismo aquilo que convinha e era aceitável. Em certo sentido, o Quilombo os Palmares pode ser considerado como o primeiro governo livre do continente americano, uma vez que, embora não reconhecido, constituiu um estado organizado que não se submeteu à coroa portuguesa.

Assediado e sofrendo diversos ataques organizados pelo governo português acabou sucumbindo por volta de 1.695, sendo totalmente destruído.



Após Palmares, milhares de quilombos surgiram e se espalharam pelo país nos séculos que se seguiram, embora sem atingir, ou sequer se aproximar, das mesmas proporções e nível de organização.



A continuidade do tráfico negreiro fez com que, a partir dos séculos XVIII e XIX, em que houve expressiva representatividade de pessoas oriundas do Sudão Central, chegassem ao Brasil novas levas de muçulmanos, alfabetizados e instruídos.

O negros muçulmanos sudaneses são assim descritos pelo autor Arthur Ramos em sua obra "Introdução à Antropologia Brasileira"

"Eram altos, robustos, fortes e trabalhadores. Usavam como os outros negros muçulmanos, um pequeno cavanhaque, de vida regular e austera, não se misturavam com os outros escravos."

Eram denominados "malês", que significa professores, educadores em árabe. Organizaram a recuperação da religião islâmica entre os escravos, a partir dos registros em memória do Sagrado Alcorão e das tradições do Profeta Muhammad (saws). Promoveram, ainda que de forma secreta, atividades de alfabetização e memorização do texto sagrado. Mesmo enfrentando oposição e perseguição do proprietários de escravos, escreviam panfletos, se comunicavam em árabe, e se organizavam constituindo conselheiros e juizes em suas comunidades.

Alguns conseguiram a alforria, por aprenderem um ofício, como por exemplo a carpintaria, ou por outro motivo. Entre os que conseguiram a liberdade alguns viajaram à África, buscando restabelecer o contato com os centros islâmicos em seus países de origem. Não há documentação extensa sobre estas atividades uma vez que devido à repressão tudo era feito em sigilo. Mesmo assim restaram registros e indícios que sustentam a tese de que a alguma comunicação foi em parte estabelecida. Como exemplo pode-se citar, tendo como referência pesquisa de Paul E. Lovejoy: "Abd- al Rahman al-Baghdadi al-Dimashqi foi para o Rio de Janeiro em 1865 e travou conhecimento com muçulmanos clandestinos vivendo lá, ficou dois anos para instruir muçulmanos locais nos rituais e normas do Islam."

Os malês foram os grandes promotores das revoltas e movimentos de libertação. Instruídos, com capacidade de organização, e motivados pelos ideais islâmicos de liberdade e resistência à tirania, mobilizaram seus pares em diversas revoltas. O início do século XIX foi marcado por uma seqüência de revoltas denunciando o clima de tensão crescente e o inconformismo com a situação de escravidão. As principais ocorreram nos seguintes meses e anos: maio de 1807; 4 de janeiro de 1809; fevereiro de 1810; fevereiro de 1814; janeiro e fevereiro de 1816,; junho e julho de 1822; agosto e dezembro de 1826, abril de 1827; março de 1828; abril de 1830.

Em 25 de janeiro de 1835 estoura uma revolta de grandes proporções que passou a ser conhecida na história como "Guerra dos Malês". Os revoltosos percorreram as ruas da capital da Bahia, atacaram o palácio do Presidente da província, invadiram quartéis, enfrentaram tropas e fragatas de guerra ancoradas no porto. Foram totalmente subjulgados pelas forças do governo.

A partir da revolta dos malês a religião islâmica passou a sofrer uma severa repressão. Foi taxada como religião selvagem que incitava a revolta nos negros escravos, então considerados seres sem alma humana. Para a mentalidade da época, não havia que se pensar, para seres sem alma, em direito à liberdade, à justiça, à vida, à religião ou à dignidade.

Após 1835, muitos muçulmanos foram julgados em tribunais especiais, alguns condenados à morte. Muitos foram deportados para a África como forma de reduzir sua influência entre os negros escravizados. Os que escaparam à morte ou deportação foram forçados, para sobreviver, a manterem-se na clandestinidade.

Novo contingente de muçulmanos, estes de origem árabe, começam a chegar ao Brasil no final do século XIX e início do século XX. A abolição da escravidão em 1888 e a dificuldade do negros agora libertos em se adaptarem ao trabalho assalariado, a necessidade de mão de para a agricultura e também de mão de obra especializada em uma atividade industrial nascente, levaram à uma política governamental de incentivo a imigração. Até final da década de 1940 o Brasil recebeu aproximadamente 5 milhões de imigrantes. A maioria eram italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, mas também, em menor escala, e sírios, libaneses, palestinos e outros.

Os primeiros árabes de origem síria a imigrarem para o Brasil eram cristãos, buscando novas oportunidades de vida afastando-se do Império Otomano. Devido ao fato de seu passaporte identificá-los como turcos, passaram a ser conhecidos no Brasil por turcos, embora fossem de origem árabe. Esta confusão persiste até hoje, de forma que na linguagem coloquial os povos de origem árabe são designados no Brasil por turcos.

Posteriormente, a partir do início do século XX, começaram a chegar árabes muçulmanos.

Chegaram ao Brasil com a motivação de fazer fortuna e retornar à terra de origem. Inicialmente dedicaram-se ao pequeno comércio, como vendedores ambulantes, que foram denominados "mascates". Espalharam-se por todo o país vendendo mercadorias como pentes, perfumes, produtos de higiene, quinquilharias e utensílios em geral. Com o sucesso de seu trabalho, em poucos anos já se estabeleceram em pequenos comércios, armazéns e mesmo pequenas indústrias de tecidos. A prosperidade adquirida atraiu novos imigrantes árabes, que encontraram os primeiros já fixados e com grandes negócios, o que facilitou sua integração, não só em termos comerciais mas também no aprendizado do idioma português.

A prosperidade e o progresso das atividades industriais no Brasil, fez com que passassem a dedicar-se ao comércio de maior porte e à indústria, fundando novas empresas e especializando-se em determinados produtos. O ânimo original de voltar ao país natal arrefeceu a passaram a adquirir propriedades no Brasil.

Novas levas de muçulmanos árabes passaram a chegar ao Brasil nos anos que se seguiram, destacando-se os palestinos, após a criação de Israel no território palestino. E posteriormente outras ondas migratórias se seguiram trazendo novos contingentes de libaneses e palestinos e em número bem menor: sírios, egípcios, marroquinos, sudaneses, nigerianos e outros.

Os imigrantes muçulmanos que chegaram ao país no início do século XX, embora tenham sido recebidos com hospitalidade e plena liberdade pelos brasileiros, encontraram situações adversas para a prática de sua religião. Entre estas condições podem ser citadas: O fato do Brasil ser país de maioria cristã, não havendo mesquitas e centros religiosos para congregá-los. A diferença de costumes no país, não só em termos culturais mas também religiosos. A ausência de centros e escolas islâmicas. A árdua luta diária para sobreviver e alcançar prosperidade em um país estanho. A dispersão pelos mais variados rincões do imenso país.

Todos estes fatores não só tornaram difícil a prática da religião, como também impediram que aos seus filhos fosse transmitida uma educação dentro dos ideais islâmicos. Também devido a estes fatores e à adaptação cada vez maior das novas gerações ao ambiente brasileiro, o idioma árabe passou a ser cada vez menos utilizado pelos descendentes, dificultando mais ainda a transmissão e recepção da herança cultural e religiosa.

A adaptação na nova terra e a prosperidade levaram a formação de uma nova geração, fixada nos grandes centros urbanos, principalmente no sul e sudeste do país, formando profissionais liberais e técnicos com instrução superior como médicos, engenheiros, advogados, administradores. Desta forma, na busca de sucesso profissional e integração à sociedade brasileira, o aprendizado do idioma português tornou-se mais relevante que o do idioma árabe o que contribui para um maior afastamento social entre os descendentes e as gerações iniciais.

Em um esforço de reação à perda de identidade religiosa e cultural, a comunidade árabe inicia a fundação de centros religiosos, associações beneficentes e a construção de mesquitas e escolas. O polo inicial deste processo foi a cidade de São Paulo, sendo que, posteriormente, o exemplo foi seguido pelas comunidades islâmicas em outras regiões do país.

Atualmente existem mais de oitenta associações islâmicas e mais de cinqüenta mesquitas e salas de oração no Brasil. Não há dados precisos e confiáveis sobre o número de muçulmanos. As estimativas apresentadas pelas entidades muçulmanas variam de um milhão a um milhão e meio de fiéis, neles incluídos os convertidos. O número de convertidos é reduzido, sendo que muitos foram atraídos para a religião motivados pelo sufismo, a mística islâmica.

O esforço de preservar a identidade e a herança religiosa da comunidade árabe trouxe um efeito cultural deletério que foi o de torná-la fechada dificultando o entrosamento com a cultura brasileira e consequentemente dificultando o trabalho de divulgação do Islam.

Hoje, no Brasil, o Islam é uma religião pouco conhecida. As referências existentes à religião são as piores. São as divulgadas pela mídia e associadas a atos extremos e conflitos. Não há, mesmo entre os brasileiros mais instruídos, sequer conhecimentos rudimentares sobre os princípios, sobre a história, e sobre a vasta contribuição que a civilização islâmica trouxe ao conhecimento humano.

Se no passado o imigrante árabe era denominado de turco, hoje também é associado ao terrorismo e ao fanatismo, o que tende a afastar o interesse das pessoas.

O grande desafio atual da comunidade islâmica no Brasil é o de, sendo minoria, num vasto país cristão, conseguir preservar as tradições religiosas e ao mesmo tempo estar entrosada e aberta o suficiente para que a Mensagem se torne acessível àqueles que têm potencial interesse na religião. Outro desafio é conseguir distinguir o Islam da cultura árabe. O Islam é universal, para toda a humanidade. O Alcorão e a sunna do Profeta (saws) são as referências maiores, de forma que deve haver claro discernimento do que é costume e característica cultural, os quais não devem ser apresentados como inerentes à religião islâmica.


Hajji Sheikh Muhammad Ragip al-Jerrahi

Fonte: http://www.masnavi.org/jerrahi/Artigos___Palestras/Historia_da_presenca_Islamica_/historia_da_presenca_islamica_.html

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Respostas Caderno do Aluno – 2ª Série – Volume 3

REVOLUÇÃO FRANCESA E IMPÉRIO NAPOLEÔNICO

Pag. 3
1.
a) Terceiro Estado - São aqueles que não integravam a nobreza e o clero. São os burgueses e camponeses e possuíam poucos direitos e muitos deveres como o de trabalhar e pagar os impostos que mantinham a nobreza e o clero.
b) Jacobinos - Revolucionários Franceses representavam a pequena e media burguesia. Sentavam a esquerda no plenário. Robespierre foi seu principal representante, que radicalizou no comando.
c) Girondinos – Representantes da alta burguesia. Postura republicana, conservadores e combatiam a ascensão dos “sans-culottes”. Sentavam a direita do plenário.
d) Assembléia Nacional Constituinte – Fim da servidão e dos privilégios feudais para o clero e a nobreza.
e) Declaração Universal dos Direitos ... – Dava e garantia os direitos ao homem, assegurado por lei.

Pag. 4.
f) Constituição Civil... – Regulamentou a figura do clero. Transformou seus membros em funcionários do Estado e confiscou seus bens.
g) Constituição Monárquica – Reduziu o poder real e os sujeitou às leis, tripartição de poderes e fim da isenção de impostos para o clero e a nobreza.
h) Convenção – Assembléia formada por deputados girondinos, jacobinos e da planície.
i) Constituição republicana – Voto universal masculino, escolas públicas, garantia de direitos e assistência a desamparados.
j) Terror – Período marcado pela predominância jacobina nos meios militares, judiciais e econômicos e por grande número de execuções.
k) Constituição burguesa – Teve o recuo em relação aos direitos civis assegurados pela constituição anterior.

Pag. 5

a) Liberdade.
Todos, ao nascer, deveriam ter direito a liberdade, isto é, temos o direito de nascer, crescer, estudar, comer, morar, etc., uma vez que a liberdade será determinada pelos seus princípios de "direito": o errar e o acertar. Deveria ser assim, o direito à liberdade ser igual a todos, mas na prática não vemos isto acontecer. Vemos muitos exemplos na mídia de que os mais pobres são cerceados de suas liberdades mais facilmente que os mais ricos. Ser livre não implica em fazer o que quer. Afinal a liberdade de um acaba quando começa a dos outros, pondo limites a liberdade de cada um.

b) Igualdade.
Igualdade está ligada à afirmação do princípio da não-discriminação, ou seja, reconhece-se que todos são iguais perante a lei, e, portanto, não pode haver discriminações que excluam determinadas pessoas ou grupos. As pessoas deveriam ter direito iguais a saúde, educação, acesso à justiça, trabalho, mas as desigualdades chegam até ser aceitas em nossa sociedade.
Para exemplificar, podemos citar a hipótese constitucional de que o analfabeto pode votar, mas não pode ser votado e também aquela de que prevê a suspensão dos direitos políticos daqueles que cumprem pena com sentença criminal transitada em julgado. Essa “desigualdade” no exercício dos direitos políticos é permitida pela Constituição.

Pag. 6
c) Fraternidade.
Podemos encontrar várias definições como parentesco entre irmãos, amor ao próximo, harmonia e camaradagem.
Fraternidade também é um conceito filosófico profundamente ligado às idéias de Liberdade e Igualdade e com os quais forma o tripé que caracterizou grande parte do pensamento revolucionário francês. Vale lembrar que dos três, foi o único que não esteve no lema Iluminista, que era "Liberdade, Igualdade, Progresso".
A palavra é eventualmente confundida com a expressão caridade e solidariedade, embora elas tenham significados radicalmente diferentes. A fraternidade expressa a dignidade de todos os homens, considerados iguais e assegura-lhes plenos direitos (sociais, políticos e individuais
É possível expressar socialmente mostrando atenção aos que te solicitam, ajudar sem pedir nada em troca, ter atenção nos detalhes para não atingir os outros, mostrar-se disposto de verdade, enfim, tratar os outros como gostaria de ser tratado.


3. Em ambas as telas, Napoleão é representado como Imperador. Na escultura do Arco do Triunfo é explicita sua referência ao Império Romano. Ambas procuravam legitimar seu poder e seu governo. Percebe-se claramente a tentativa de caracterização de Napoleão como Cesar. A coroa de louros (Láurea) tanto na primeira como na segunda imagem, bem como na vestimenta como tipicamente romana da segunda, não deixam dúvidas. Além disso, sua postura ereta e seu porte físico procuram o aproximar à perfeição.

Pag. 7 – Lição de Casa
Sim, pois marca a elevação da classe burguesa aos patamares do poder. As reivindicações desta classe e a mudança de uma sociedade feudal para o capitalismo. Esta classe é, seguramente, a mais beneficiada com esta revolução.

Pag. 8 – Você aprendeu?
1. O texto reúne em um só sujeito o povo, como sendo todos os que não faziam parte do clero e da nobreza, isto é, os habitantes do campo, da cidade, ricos ou pobres, etc., mas estes tinham, muitas vezes, interesses bem distintos.

2. b / d
3- a
4- c

1º Ano - Livro 3 - Situação de Aprendizagem 1

A CIVILIZAÇÃO ROMANA E AS MIGRAÇÕES BÁRBARAS

Respostas Caderno do Aluno – 1ª Série – Volume 3

Pag. 3
1.a) Nação ou estado regido por um Imperador.
b) Expansão ou tendência para expansão política, econômica, cultural, etc. de uma nação sobre outras.
c) Cair, descer, ruína, decadência

2. Sim, pois Roma, mais que uma cidade, significava o mundo dominado pelos Romanos. Um país contemporâneo que busca expansão política e econômica: Estados Unidos, mas podemos ainda exemplificar com o Japão, Rússia, China e até o Brasil, no âmbito na América do Sul.

3. Esta generalização pode nos enganar ao tentar mostrar que todos estes podiam ser classificados como Romanos, mas a diversidade mostra que nem todas as pessoas do império eram de origem romana, mas também de outros locais (povo romano). Os homens diferenciados das mulheres. O homem romano, como o nascido em Roma que se diferenciaria dos não nascidos, etc.

Pag. 4. A expansão do Império Romano levou ao controle de grande parte das regiões da Europa, chegando a África e Ásia. A divisão do Império em Ocidental, indo da região onde se localiza atualmente Portugal até a região da Croácia, da Inglaterra (Britânicos), do norte da África onde se localiza Marrocos, Argélia e Tunísia, e Oriental, indo da região da atual Iugoslávia, Tunísia até a fronteira com o antigo Império Persa, do norte da África onde estão hoje o Egito e a Líbia até o Mar Negro.

Pag. 5
5. a) Aumentar a área de controle por interesses comerciais, políticos e militares sobre os povos conquistados.
b) Dependiam da constituição de um poderoso exército, que além de grande deveria estar bem armado. Formavam seus exércitos com os povos derrotados e estudavam e aperfeiçoavam as estratégias de guerra.
c) As conquistas eram fundamentais na vida dos romanos e eles acreditavam que, por meio das conquistas, estenderiam os dominós do império e levariam civilização para os outros povos, os não civilizados ou os bárbaros.

6. O fim ou queda do Império Romano não foi algo repentino e sim um processo onde a cultura romana foi sofrendo transformação com a chegada dos Bárbaros. O Império como se conhecia no final do século IV não mais existia, mas não houve o fim ou desaparecimento de seu povo e com eles algumas tradições / cultura permaneceram.

Pag. 6
7. Os Bárbaros eram todos aqueles que não eram romano, portanto, todos os povos de cultura diferentes destes, ou sem cultura, como os romanos achavam.

8. Estas invasões ocorrem em resposta às dificuldades políticas e econômicas em cuidar do Império e de suas fronteiras. Os bárbaros foram ocupando espaço e substituindo por sua cultura.

9. Se definirmos ou associarmos os bárbaros como um povo violento, sem cultura, etc., estamos apenas dando uma conotação preconceituosa ao termo e nos baseando apenas na visão eurocêntrica da época.

Pag. 7 – Lição de Casa
Nesta situação de aculturação, sempre há resistências, conflitos, bloqueios, mas também há interações e misturas. Neste contexto, o temo ramanização pode levar a idéia de que Roma, quando conquistava um povo, levava sua cultura, civilização, progresso, modo de vida, etc. para os que até então não viviam com nada disso, desconsiderando a cultura destes povos dominados, o que só reforça uma visão conflituosa de superioridade e inferioridade, de civilização e barbárie.

Você aprendeu?
1. Roma conquistou e subjugou diferentes povos, interferindo na sua política, economia e até na sua religião. Isto é Imperialismo. Romanização pode ser entendida como “civilizar” os povos bárbaros, pois eram considerados povos sem cultura.

2. Queda ou fim pode ser entendido como o fim da civilização romana, por causa das invasões bárbaras, mas estes foram subjugados em sua cultura por estes mesmos povos.

Pag. 8
3- B
4- B
5- D

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

2ª Série - REVOLUÇÃO FRANCESA






REVOLUÇÃO FRANCESA









Os princípios da Revolução foram:







•LIBERDADE è Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação fisica ou moral. Independência, autonomia
•IGUALDADE è Qualidade daquilo que é igual. Uniformidade
•FRATERNIDADE è União ou convivência entre irmãos. Amor ao próximo. Harmonia entre os homens.

A burguesia revoltou-se contra a monarquia absolutista, tomou o poder pondo fim aos privilégios da nobreza e do clero.








Revolução ou levante burguês
•Antecedentes/causas:
–Maior população da Europa Ocidental (25 milhões).
–80% rural.
–Absolutismo parasitário
- Luís XVI e a corte viviam em Festas, banquetes, pensões, guerras inúteis, tratados desvantajosos.








Quando subiu ao trono em 1774, quando estava com 20 anos, as finanças reais não se encontravam numa situação favorável e assim permaneceram até o eclodir da Revolução Francesa, altura em que Luís XVI foi deposto. Não soube entender as necessidades do povo.







"Se não têm pão, que comam brioches", que teria sido proferida a uma de suas camareiras certa vez que um grupo de pobres foi ao palácio pedir pão para comer. No entanto, é consenso entre os historiadores que a rainha nunca disse a frase, que acabou sendo usada contra ela durante a Revolução Francesa. Há versão dizendo que essa frase teria sido dita na mesma época por Madame Sofia, cunhada de Maria Antonieta.



Além disso ainda existiam as:
–Restrições mercantilistas: taxações, proibições, monopólios.
–Sociedade estamental: extrema desigualdade

A população francesa compunha-se de aproximadamente 25 milhões de pessoas, das quais 20 milhões viviam no meio rural. Isso significa que a grande maioria da população francesa era constituída de camponeses. E uma parte desses camponeses ainda estava submetida a obrigações feudais. A sociedade francesa estava dividida em três estados:

O Primeiro Estado - Formado pelo alto e baixo clero. Os membros do alto clero, bispos e abades, pertenciam à nobreza; os do baixo clero, padres e monges, tinham origem no 3.° Estado.


O Segundo Estado - Constituía a nobreza, que detinha, juntamente com o rei, o poder político do país. Estava dividida em alta e baixa nobreza. Parte dela vivia na corte (nobreza cortesã), gozando dos privilégios concedidos pelo rei e aproveitando-se do dinheiro público; outra parte vivia explorando os camponeses no campo.


O Terceiro Estado - Tinha sua composição bem heterogênea, pois esse conceito abrangia os camponeses, massa pobre da cidade, pequena, média e alta burguesia.








•Na época, a França estava em dificuldades econômicas;
•Endividada externamente;
•Agricultura sofria com secas;
•Indústria perdia para a concorrência inglesa.

•Os ministros do rei Luis XVI, por influência do Liberalismo, tiveram a idéia de cobrar impostos da nobreza e do clero.
•Em resposta, as classes dominantes pressionaram contra esta idéia.

CONSEQUÊNCIAS:
O Rei convoca a Assembléia dos Estados Gerais
O 3º Estado se rebela e proclama a Assembléia Nacional Constituinte
Criação da Guarda Nacional (milícia burguesa) para resistir ao rei.
14/07/1789: QUEDA DA BASTILHA (início oficial da Revolução Francesa)







Em 14 de julho, a população tomaram a Bastilha, prisão símbolo do poder real.
Grande parte da nobreza fugiu do país e os revoltosos avançaram para o interior.
Em agosto de 1789, a Assembléia Constituinte aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que dava a estes, liberdades individuais e estabelecia a igualdade de todos perante a lei.


Em 1791 foi finalmente finalizada a Constituição.
-Monarquia constitucional, divisão de poderes, voto censitário (condicionado a renda),


-Manutenção da escravidão nas colônias.
- Proibição de greves e associações de trabalhadores .
- Igualdade civil.
- Confisco dos bens da Igreja.



Os deputados foram divididos em três grupos:
•GIRONDINOS – alta burguesia, conservadores, sentados na direita do parlamento. Combatiam a ascensão dos “sans-culottes” (povo)
•JACOBINOS – pequena e média burguesia, apoiados por sans-culottes, favoráveis a mudanças mais radicais, sentados na esquerda do parlamento. Apelidados de “montanheses”.



Os Sans-Culottes eram artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários que viviam nos arredores de Paris. Receberam este nome porque não usavam os elegantes calções da nobreza.

Também existia um grupo de centro, que era a maioria e eram chamados de Grupo do Pântano – presentes tanto entre os Jacobinos e Girondinos

Em 1792, a Áustria e a Prússia invadiram a França, preocupadas com os acontecimentos no país visinho.
Foram apoiados pela Nobreza francesa. Luis XVI acreditava que voltaria ao poder.



CONSEQUÊNCIAS:
Com a Liderança de Maximilien de Robespierre, Jean Paul Marat e Georges-Jacques Danton, jacobinos e sans-culottes organizaram um exército que além de vencer os estrangeiros, assumiram o governo, formaram guardas nacionais e radicalizaram a oposição aos nobres.


Robespierre: advogado e político francês, foi uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Ele encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário” durante o Terror




Georges Jacques Danton, advogado e líder das massas populares de Paris (os Sans-culottes).
Ao defender posições mais moderadas, é substituído por Robespierre e recolhe-se à sua cidade natal em 1793. No final do ano, volta a Paris para fazer oposição ao Terror. Condenado por conspiração, morre guilhotinado em Paris com outros 14 revolucionários. Disse antes de morrer "Minha única tristeza é que vou antes de Robespierre"




Jean-Paul Marat: médico, filósofo, teorista político e cientista mais conhecido como jornalista radical e político da Revolução Francesa.
Seu trabalho era conhecido e respeitado por não ter compromisso com o novo governo,que o levaram a ter a confiança do povo e fizeram dele a principal ponte entre eles e o grupo que veio ao poder em Junho de 1793 (os jacobinos).
Foi assassinado por uma simpatizante dos Girondinos.

A Convenção Nacional (1792 – 1795):
O povo passou a pressionar por uma nova Assembléia, mas com voto direto, para criação de nova Constituição.
Os jacobinos, fortalecidos, proclamaram a República em 20 de setembro de 1792, e guilhotinaram Luis XVI em 1793.


Constituição de 1793 trouxe:
Sufrágio universal, fim da escravidão nas colônias.
Comitê de Salvação Pública (administração e defesa externa).
Comitê de Salvação Nacional (segurança interna).
Tribunais Revolucionários (julgamento de opositores).
Lei do Preço Máximo.
Ensino público e gratuito.
Confisco e venda (a preços populares) de bens da Igreja e nobreza.
ERÍODO DO TERROR (1793-94):
Comandando por Robespierre, foi criado o tribunal revolucionário, que prendia e julgava os traidores.
Milhares de pessoas, inclusive jacobinos, foram acusados de conspiração e mortos na guilhotina, entre eles Danton.
Inicialmente, o governo jacobino teve apoio do povo, principalmente por ter conseguido controlar os preços, mas a violência acabou por afastá-lo.
Robespierre perdeu o apoio, foi preso e executado. Com ele acabou o governo jacobino.
O girondinos, apoiados pelo grupo do pântano, instalaram novamente no poder a alta burguesia.

Os novos líderes criaram uma nova constituição.
Ao mesmo tempo a França sofre ameaças externas e, na tentativa de manter o poder, entregam o poder a Napoleão Bonaparte ....


CURIOSIDADES:
Os termos “esquerda e direita” derivam da disposição dos lugares na Assembléia Nacional”.
Criou-se uma nova noção de tempo e espaço quando os revolucionários dividiram o tempo em unidades que lhes pareciam reacionais e naturais, ou seja 100 segundo equivaleriam a 1 minuto e 100 minutos dariam 1 hora.
O ângulo reto, de 90º foi substituído pelo de 100º. Com esta nova forma, o círculo ficaria com 400º.
A idéia foi de mostrar uma transformação e tudo aquilo que era velho ou que pertencia ao Antigo Regime, precisaria ser mudado.
Os dias da semana passam a ter uma conotação matemática.
Passaram a colocar novos nomes nas ruas e até em seus próprios nomes, começaram a alterar tudo: as louças de cerâmica, o mobiliário, os códigos jurídicos, a religião, o próprio mapa da França... apenas para se mostrar que algo de novo estava acontecendo.
Mas, o que mudou na prática?

Resultados do movimento:
–Fim do Antigo Regime.
–Ascensão da burguesia.
–Desenvolvimento do capitalismo.
–Liberdade.
–Influência mundial





















sábado, 7 de agosto de 2010

1o ano - 3o Bimestre - CIVILIZAÇÃO ROMANA E INVASÕES BARBARAS

AS ORIGENS DE ROMA

Descobertas arqueológicas indicam que a área de Roma já era habitada em 1400 a.C..

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: Sabinos, gregos, etruscos e Latinos (italiotas).

Os Sabinos eram uma tribo da região central da Península Itálica. Sua língua pertencia a um sub-grupo das línguas itálicas e habitavam as colinas próximas. Atualmente a área chamada Sabina constitui uma sub-região do Lácio, a leste de Roma, perto de Rieti.

Os Latinos foram um povo de origem indo-européia que habitou a região centro-meridional da península Itálica. Faziam parte do grupo dos italiotas, juntamente com os úmbrios, saginos e volscos. Vindos da Europa Central, espalharam-se por quase todo o território itálico, em ondas sucessivas. Neste movimento de ocupação, os latinos desempenharam o papel fundamental no que que seria o núcleo inicial do maior império, erguido pelos seus descendentes romanos.

Os Etruscos eram um aglomerado de povos que viveram no sul da península Itálica, mais ou menos equivalente à atual Toscana, com partes no Lácio e a Úmbria.
Desconhece-se ao certo quando os Etruscos se instalaram aí, mas foi provavelmente entre os anos 1200 e 700 a.C.. Nos tempos antigos, o historiador Heródoto acreditava que os Etruscos eram originários da Ásia Menor, mas outros escritores posteriores consideram-nos italianos.
A sua língua, que utilizava um alfabeto semelhante ao grego, era diferente de todas as outras e ainda não foi decifrada, e a religião era diferente tanto da grega como da romana.

Os antigos povos que habitavam a região do Lácio, nas proximidades de Roma, desenvolveram uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia: a cidade era governada por um rei, originalmente de origem latina, porém os últimos reis do período monárquico foram de origem etrusca.

Os romanos deste período eram politeístas, venerando deuses semelhantes aos dos gregos (embora com nomes diferentes). Os gregos também influenciavam, juntamente com os etruscos, as primeiras formas de arte realizadas pelos romanos deste período.


A origem lendária

A fundação de Roma, relatada em diversas obras literárias romanas, Eneias, príncipe troiano filho de Venus, fugindo de sua cidade, destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino.
Seus descendentes, Reia Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte, tiveram os gêmeos Rômulo e Remo, que foram jogados por Amúlio, rei da cidade, no rio Tibre.


Os gêmeos foram salvos por uma loba que os amamentou, tendo sido, em seguida, encontrados por camponeses. Quando adultos voltaram a Alba Longa, depuseram Amúlio e em seguida fundaram Roma, em 753 a.C..
Segundo a lenda, Rômulo matou o irmão e se transformou no primeiro rei de Roma.


Principais grupos sociais:
PATRÍCIOS: eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Direitos políticos, altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos.
CLIENTES: eram homens livres que se associavam aos patrícios, em troca de auxílio econômico e proteção social.
PLEBEUS: eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas.
ESCRAVOS: Representavam uma propriedade


DIVISÃO HISTÓRICA



Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
A Realeza ou Monarquia romana é a expressão utilizada para definir o estado romano desde a sua fundação à queda da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo (último dos reis Tarquínios), foi expulso, instaurando-se a República Romana. A documentação desse período é precária, e até mesmo o nome dos reis são desconhecidos, citando-se apenas os reis lendários, apresentados nas obras de Virgílio ("Eneida") e Tito Lívio ("História de Roma").

República Romana (509 a.C a 27 a.C.)
República Romana (do latim res publica, "coisa pública") é a expressão utilizada por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. (quando o último rei foi deposto) ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C..

O surgimento do Império

O império surgiu como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse período, de 1,5% da população mundial, para 25%.

Nos últimos anos do século II a.C., Caio Mário transformou o exército romano num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a liderava e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (invasão dos Cimbros e Teutões, Guerras Mitridáticas, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de líderes militares (Lúcio Cornélio Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político.

As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do século I a.C., quando Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82 a.C., para se tornar ditador vitalício em seguida. Sulla resignou e devolveu o poder ao senado romano, mas no entanto, o precedente estava lançado.
Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae (atual Harã) (53 a.C.), restavam dois líderes influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do senado, este declarou César "inimigo de Roma", ao que César respondeu, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsália (agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.), tornou-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois (março 44 a.C.), às mãos dos conspiradores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino, terminou esta primeira experiência de governo unipessoal do estado romano.

Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e Lépido, e a sua destruição na guerra civil seguinte, culminando na decisiva Batalha de Áccio (31 a.C.), deixou Octaviano como a única pessoa com poder para governar individualmente Roma, tornando-se efectivamente no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana) que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.

Uma vez que o primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é difícil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princípio do Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por Tibério.

Nos meios acadêmicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um sucessor.



O SENADO

Embora as assembléias romanas da época da república continuassem a existir depois da fundação do império, seus poderes foram todos transferidos ao senado, e assim os decretos senatoriais (senatus consulta) adquiriram total força de lei.

Em teoria, o imperador e o senado eram dois ramos iguais do governo, mas a autoridade real do senado era pequena e mais um meio de o imperador disfarçar seus poderes autocráticos sob um manto de republicanismo. Ainda que prestigiado e respeitado, o senado era uma instituição glorificada que tinha sido subtraída da maioria de seus poderes e ficava à mercê do imperador.

Muitos imperadores mostraram um certo grau de respeito com esta antiga instituição, enquanto outros foram notórios por ridicularizá-la. Durante as seções do senado, o imperador sentava entre os dois cônsules e usualmente atuava presidindo as seções. Senadores mais prestigiados falavam antes dos demais, embora o imperador pudesse falar a qualquer tempo. Por volta do século III, o senado tinha sido reduzido a um órgão municipal glorificado.

O CÔNSUL era o magistrado supremo na República romana. Durante a República, em número de dois, os cônsules eram os mais importantes magistrados: comandavam o exército, convocavam o Senado, presidiam os cultos públicos
O PRETOR era um magistrado romano, hierarquicamente subordinado ao Cônsul e equivalia modernamente ao juiz ordinário ou de primeira instância.
Os EDIS curuis eram encarregados da preservação da cidade, do abastecimento, da polícia dos mercados e das ações penais correlatas, bem como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali ocorridas. Era magistratura plebéia, interditada aos patrícios.
O TRIBUNO era o magistrado que atuava junto ao Senado em defesa dos direitos e interesses da plebe.

DITADOR era um cargo político da República Romana, criado em 501 a.C., preenchido apenas em condições excepcionais, sendo portanto uma magistratura extraordinária O conceito estava plenamente integrado no âmbito da estrutura democrática romana e não tem qualquer relação com os requisitos de um ditador moderno, que se encontra normalmente à cabeça de um regime autoritário, se bem que esta noção foi inspirada na realidade romana.
Em condições de perigo militar iminente para a República, o ditador recebia um mandato com duração de seis meses ou enquanto se mantivesse o estado de emergência.




Expansão Territorial - Península Itálica, Ásia Menor, Península Ibérica, Palestina e Norte da África.

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.
Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.
Principais imperadores romanos : Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192).



PÃO E CIRCO


Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.



DECLÍNIO DO IMPÉRIO (QUEDA)



Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império.
No ano de 395, o imperador Teodósio divide o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.



Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.




ALGARISMOS ROMANOS


Contando com os Romanos



De todas as civilizações da Antiguidade, a dos romanos foi sem dúvida a mais importante. O seu centro era a cidade de Roma. Desde da sua fundação, em 753 a.C., até ser ocupada por povos estrangeiros em 476 d.C., os seus habitantes enfrentaram um número incalculável de guerras de todos os tipos. Inicialmente, para se defenderem dos ataques de povos vizinhos; mais tarde nas campanhas de conquista de novos territórios. Foi assim que, pouco a pouco, os romanos foram conquistando a península Itálica e o restante da Europa, além de uma parte da Ásia e o norte de África.



Apesar de a maioria da população viver na miséria, em Roma havia luxo e muita riqueza, usufruídas por uma minoria rica e poderosa. Roupas luxuosas, comidas finas e festas grandiosas faziam parte do dia-a-dia da elite romana. Foi nesta Roma de miséria e luxo que se desenvolveu e aperfeiçoou o número concreto, que vinha sendo usado desde a época das cavernas.


Como foi que os romanos conseguiram isso?


Os romanos foram espertos. Eles não inventaram símbolos novos para representar os números; usaram as próprias letras do alfabeto.
I V X L C D M
Como será que eles combinaram estes símbolos para formar o seu sistema de numeração?
O sistema de numeração romano baseava-se em sete números-chave:
I tinha o valor 1.

V valia 5.

X representava 10 unidades.

L indicava 50 unidades. C valia 100.

D valia 500.

M valia 1.000.

Quando apareciam vários números iguais juntos, os romanos somavam os seus valores.
II = 1 + 1 = 2

XX = 10 + 10 = 20

XXX = 10 + 10 + 10 = 30


Quando dois números diferentes vinham juntos, e o menor vinha antes do maior, subtraíam os seus valores.
IV = 4 porque 5 - 1 = 4

IX = 9 porque 10 – 1 = 9

XC = 90 porque 100 – 10 = 90

Mas se o número maior vinha antes do menor, eles somavam os seus valores.
VI = 6 porque 5 + 1 = 6

XXV = 25 porque 20 + 5 = 25

XXXVI = 36 porque 30 + 5 + 1 = 36

LX = 60 porque 50 + 10 = 60


Ao lermos o cartaz, ficamos a saber que o exército de Roma fez numa certa época MCDV prisioneiros de guerra. Para ler um número como MCDV, veja os cálculos que os romanos faziam:


Em primeiro lugar buscavam a letra de maior valor.
M = 1.000
Como antes de M não tinha nenhuma letra, buscavam a segunda letra de maior valor.
D = 500

Depois tiravam de D o valor da letra que vem antes.
D – C = 500 – 100 = 400

Somavam 400 ao valor de M, porque CD está depois e M.
M + CD = 1.000 + 400 = 1.400
Sobrava apenas o V.
Então:
MCDV = 1.400 + 5= 1.405