segunda-feira, 25 de outubro de 2010

2º Ano - Lição Aprendizagem 3 - Abolição e Imigração

O que as camélias têm a ver com a libertação dos escravos?


Ex-escravos cobrem de camélias retrato da princesa Isabel

O português José de Seixas Magalhães, dono de fabricação e comércio de malas, poderia passar despercebido na história nacional caso não tivesse uma chácara na zona sul carioca. Lugar onde escravos fugidos cultivavam flores, conhecido por Quilombo do Leblon. Flores que viraram símbolo do movimento abolicionista, lindas camélias vendidas pela cidade. Quem as ostentasse na lapela ou no jardim demonstrava seu protesto antiescravista.
Assim como o Quilombo do Jabaquara, em Santos, o do Leblon tinha lideranças articuladas e contribuiu para o êxito do movimento. Seixas levava as “subversivas” camélias para a princesa Isabel, que as cultivava e com elas adornava os vestidos.
Em fevereiro de 1888, Isabel promove a primeira “batalha das flores”, festa para arrecadar fundos para a libertação dos escravos. Choque nas elites e até entre os republicanos. O movimento tomou força e, em 13 de maio, pouco depois de assinada a Lei Áurea, o presidente da Confederação Abolicionista, João Clapp, entregou à princesa um buquê de camélias artificiais.
Seixas chega logo atrás com um belíssimo buquê, do Quilombo do Leblon. Para o jurista Ruy Barbosa, “a mais mimosa das oferendas populares”. Nos jardins da Casa de Ruy Barbosa sobrevivem três pés de camélias. Dois na frente da casa e o terceiro, bem debaixo da janela do quarto dele. Camélias que estão florindo até hoje.

Fonte: http://www.almanaquebrasil.com.br/o-brasil-em/o-que-as-camelias-tem-a-ver-com-a-libertacao-dos-escravos/

Um comentário:

  1. Obrigada por esta informação. Gosto muito de saber estas "petit histoire" da História, seja do Brasil seja de qualquer outra parte do Mundo.
    Marília Henriques (Professora de História e autora de manuais escolares em Portugal)

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